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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O Reino do Sol - A versão Inicial de Pacha e o Imperador

 



Pacha e o Imperador é a trigésima nona longa-metragem de animação produzida pela Walt Disney Animation Studios. É o meu filme preferido da Disney e o primeiro filme que vi na vida, juntamente com Toy Story 2. Conta a história de Kuzco, um imperador arrogante que é transformado num lama pela sua conselheira Yzma e tenta encontrar maneira de conseguir voltar à forma humana com a ajuda de Pacha, um camponês de uma aldeia vizinha. 

Este filme foi lançado no ano do meu nascimento, 2000. No entanto, apesar de boa receção, o filme apenas conseguiu faturar 169,6 milhões de dólares num orçamento de 100 milhões de dólares. Para entender tudo isto vamos ao contexto.

No ano de 1995, a Pixar, na altura parceira apenas da Disney, lançou o seu primeiro filme, Toy Story. Este filme foi a primeira longa-metragem em animação computadorizada. Em 1999, terminava o renascimento da Disney. A Disney entrava então na fase da experimentação, conhecida também pela segunda era sombria. Neste período, grande parte dos filmes em animação tradicionais lançados foram fracassos financeiros devido à ascendência da popularidade da animação 3D. A Disney tentou também tentou se lançar no mercado do 3D mas sem tanto sucesso quanto a Pixar, que mais tarde também seria adquirida pela gigante das animações.

Mas o que torna este filme da Disney tão curioso? 

Pacha e o Imperador teve uma das histórias de produção mais conturbadas da história da empresa.

Originalmente o filme seria uma história completamente diferente, seria realizado por outra pessoa e ia ter outro nome, ia se chamar The Empire of the Sun, que em português se chamaria O Império do Sol. 

Originalmente o realizador seria Roger Allers que tinha acabado de realizar a animação mais lucrativa da Disney até então, o Rei Leão e o filme se passaria no Império Inca, para manter a tendência de contar história que se passam em culturas diferentes da dos Estados Unidos, como em Mulan e Pocahontas. 

Então, Allers decidiu fazer uma adaptação do conto O Príncipe e o Pobre, de Mark Twain. Nesta versão inicial, Kuzco e Pacha trocariam de vida. O Pacha tinha a idade do Kuzco e teria a voz do ator Owen Wilson, mas no fim acabou por ter a voz do ator John Goodman. O Kuzco não seria não diferente na ideia inicial, a única diferença é que o seu nome era Manco, mas que foi alterado após a equipa descobrir que "omanco" em japonês significa uma palavra calão para algo inapropriado.

O Pacha foi o personagem que sofreu mais alterações. Originalmente teria mais protagonismo e seria um adorador do sol. Alguns versoes das músicas da versão descartada do personagem faziam referências ao sol, mostrando que assim como os filmes do Renascimento, este filme seria originalmente também um musical. Exemplo de uma música descartada:

Um dia ele irá amar-me

Um dia ele dirá eu amo-te

Esta música seria um dueto entre o Pacha e uma personagem que foi descartada, a Nina. Originalmente era para ser a noiva do Kuzco que se apaixonaria pelo Pacha quando eles trocam de vida. A trilha foi composta pelo Sting e teria oito músicas, mas acabou só com uma, o tema do imperador que toca só com uma que toca na abertura, além da canção original, My Funny Friend and Me, que toca nos créditos e foi nomeada para os óscares.

Como habitual nos filmes da Disney, a melhor música é a do vilão. No caso deste filme, a canção da vilã era quando esta contava o seu plano para fazer uma poção para a juventude eterna, mas precisava de um ingrediente muito difícil de conseguir, o sol. 

Apaga o Sol

Reclama o teu direito

Para um mundo de escuridão

A Yzma originalmente ia roubar o Sol e ia ter a ajuda do Hucua, um talismã que fala. Acabou também por ser descartado e por dar origem ao personagem Kronk que se tornou o alívio cómico do filme.




Roger Allers, que acabava de sair do sucesso O Rei Leão, tinha uma visão incomum das animações e principalmente deste projeto. Tencionava fazer um filme grandioso e com classe, como os filmes do renascimento. No entanto, o filme apresentava ser mais sério e pretensioso do que a Disney estava a planear.

Para contornar este problema, a Disney colocou o colaborador Mark Dindal para co-realizar o filme e este acabou por deduzir que O Reino do Sol tinha bastante potencial para falhar. Os primeiros testes do filme foram um fracasso, os executivos da Disney tinham acabado por perder a confiança em Allers, além de que os dois realizadores tinham propostas completamente opostas do filme. Enquanto Allers queria um filme mais sério, Dindal queria um filme mais cómico.

A data aproximava-se e o filme estava atrasado, então Allers pediu para a Disney estender o prazo de entrega, tendo sido recusado. Allers demitiu-se e a produção ficou suspensa durante seis meses. Dindal assumi a realização e concebeu uma nova ideia e deu-lhe um novo título, Pacha e o Imperador. A Disney chegou até em hesitar em abandonar o projeto, mas já tinham sido gastos vinte e cinco milhões de dólares. 

No final, Pacha e o Imperador estreou. O resultado ficou bom, mas mostrou que a Disney já apresentava alguns problemas internos na altura da produção.

Obrigado ao Omeleteve pela recolha da informação.

Como fã deste filme desde os dois anos deve dizer que a dobragem em português está bastante superior ao original. Parabéns a todos.

Vozes: Peter Michael (Kuzco); Fernando Luís (Pacha); Natália Luíza (Yzma); João Craveiro Reis (Kronk); Luísa Salgueiro (Chicha). 



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